Por um mundo mais verde e menos cinza
Nossa piracicabana Carol Costa conta um pouco sobre como mudou de área, trocando 15 anos de vida de escritório pela melhor carreira da sua vida: jardineira. No texto abaixo, publicado originalmente no Instagram, a ex-jornalista mostra que escolher o próprio caminho é possível, e que vale a pena investir e acreditar no que gosta, mesmo quando o momento é de falta de esperança. Nossa jardineira fala sobre o poder das plantas e como o mundo do verde é democrático, tolerante e muito mais real do que o que os jornais nos mostram. Quem sabe, não é esse o empurrãozinho que você precisa? As plantas estão lhe esperando de braços (ou seriam galhos?) abertos.
"Ah, quem diria que você ia virar jardineira... Uma jornalista tão bem sucedida, foi um choque." Ouvi isso mais de uma vez nos últimos oito anos, quando decidi largar o emprego de editora, na Abril, depois de 15 anos de carreira, 5 prêmios e um salário registrado de 5 dígitos. Estava vivendo uma depressão que apagava minha luz interior e sombreava o que antes me dava alegria. Me refugiava nas plantas, na minha minúscula varanda, pra não ceder meus melhores anos pros remédios. Fui salva pelas verdinhas, esses seres incrivelmente gentis. Elas não apagam a violência do noticiário, não impedem humilhações nem melhoram o cenário econômico ou político. As plantas acolhem o novo e o velho, o homem e a mulher, o empregado e o desempregado, o doutor e o analfabeto. Fazem isso com a mesma graça e paciência, nos mostrando um mundo fora da tela preta dos computadores, celulares e tablets. É um universo paralelo, que também funciona em rede, mas conectado pelas raízes de milhares de árvores, flores e folhagens, entrelaçando insetos, pássaros, mineral e animal, tecendo uma teia vegetal que envolve e alimenta outros seres.
Cuidar dos meus vasos me fez respeitar um relógio que não mostra horas nem minutos, mas folhas, brotos e flores. Me tornou paciente comigo mesma e esperançosa com o mundo. Me mostrou cores diferentes além do preto no branco com o qual levei minha profissão por tantos anos. Há nuances, há sutilezas e degradês, há cores jamais pensadas nessa aventura que é a vida. Torço que pra cada linha triste nos noticiários, mais verdinhos se dêm as mãos. Pra cada tristeza, mais botões se abram. E que a gente escolha com sabedoria pra que lado olhar — e também que matinhos arrancar, tirando de perto tudo aquilo que não nos faz bem, que ofusca nosso brilho. Desejo a você, verdinho, que as plantas mostrem um mundo muito mais belo, colorido e intenso, como as folhas dessa cordyline aí na foto. ;)
Curso Online de Arranjos com Suculentas
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