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Linguagem das plantas: o efeito do sol do inverno nas folhas
Sabia que as plantas falam? E para entender o que elas dizem, não é preciso nenhum poder especial. Nossa jardineira Carol Costa ensina um peculiar idioma que todos devem aprender: o plantês.
Conversar com as plantas
O plantês é um pouco diferente de outros idiomas, como o portugês, inglês ou japonês. Os idiomas que aprendemos são usados por pessoas e se baseiam em sons. Já o plantês é a linguagem sutil das plantinhas, e não envolve som, mas sinais. Quando você observa uma planta, se prestar bastante atenção em suas folhas, caules e raízes, consegue identificar sinais como pragas ou deficiências de nutrientes.
Ouvir o que a planta nos diz
Mas o plantês vai além da planta; observar o ambiente onde ela vive é muito importante para quem quer ser um bom jardineiro. O substrato, o local do jardim, as demais plantas do entorno, construções e outros fatores ajudam a montar o cenário e dar um diagnóstico mais preciso. E é isso que nossa jardineira piracicabana explica neste vídeo.
antúrio com folhas amareladas e queimadas
Observe as duas enormes touceiras de antúrio (Anthurium andraeanum): ambas são formadas por espécies idênticas, cultivadas no mesmo terreno, com praticamente a mesma composição de substrato e recebendo a mesma quantidade de regas. Por que as plantas do lado esquerdo do vídeo estão verdinhas, brilhantes e com folhas bem formadas, enquanto as da direita possuem folhagens enrugadas e amareladas?
Nossa jardineira piracicabana dá o diagnóstico após observar a planta e o local: o responsável é o sol do inverno. Nesse período do ano, a incidência de luz solar ao meio dia é um pouco mais inclinada que o normal, atingindo em cheio o antúrio da direita. A planta do lado esquerdo está mais protegida do sol invernal, mas a outra recebe uma quantidade muito maior de raios. E antúrio é um tipo de planta que fica com folhas mais vivazes na meia-sombra – tem a ficha completa dessa planta, é só clicar aqui.
Como resolver queimaduras causada pelo sol do inverno
A melhor solução seria utilizar no local do antúrio plantas anuais de ciclos curtos. Essa é uma técnica muito comum na Europa, onde as estações possuem climas bem definidos: invernos realmente frios e verões bem ensolarados. Com ciclos mais curtos, essas plantas se desenvolvem bem e mostram seu potencial na época correta: as espécies de sol ficariam bem entre a primavera e o verão, enquanto as de frio estariam no seu auge no outono e no inverno. Aqui no canal tem um vídeo-lista com 35 plantas que gostam de inverno e outro com 35 espécies que amam sol. Ali, você pode encontrar opções para uma substituição em casos como esse.
Sherlock Holmes diria "elementar, meu caro jardineiro!" Mas nossa jardineira Carol Costa, além de mostrar o responsável pelo "caso do antúrio triste", aproveita e dá opções para que "crimes" assim não sejam cometidos. Tá, não chega a ser um crime, mas, com certeza, todo jardim pode ficar ainda mais lindo quando bem planejado.