Rosa-do-deserto: como cuidar

É bonsai, árvore, suculenta ou flor? Essas são algumas das perguntas que os amantes desta planta fazem constantemente pra nossa jardineira Carol Costa. A rosa-do-deserto é uma campeãs de acesso no site Minhas Plantas e deixam os jardineiros de primeira viagens loucos para conseguirem um exemplar igual das fotos do Instagram e Pinterest. Agora, nossa louca das plantas mostra nesse dossiê completo sobre a rosa-do-deserto todas as técnicas e pulos do gato para o cultivo e manutenção dessa querida arvoreta (sim, ela alcança 4 metros!). O vídeo foi gravado nas estufas da Terra Viva, o maior produtor de rosa-do-deserto do Brasil.

A origem da rosa-do-deserto


Originária do continente africano, de vários países da Península Arábica, a rosa-do-deserto (Adenium obesum) faz a alegria de quem gosta de plantas, bonsai e flores. Existem 11 espécies diferentes de Adenium, todas elas cultivadas e distribuídas pela Terra Viva, diretamente de Holambra. A planta precisa de um bom tempo e o cultivo certo para chegar até as mãos dos amantes da rosa-do-deserto com aquele jeitão que queremos: cara de mini-árvore, com tronco grosso e carregada de flores. Carol Costa aprendeu as técnicas compartilhadas pelos profissionais da Terra Viva sobre o cultivo dessa planta e agora, divide com a gente.

O clima ideal para a rosa-do-deserto


O nome não veio do nada: essa é uma planta desértica. A rosa-do-deserto vive feliz onde outras espécies nem conseguiriam sobreviver por alguns dias. Solo pobre, arenoso, pouquíssima água e até algumas tempestades de areia. E não acha que a Adenium obesum sofre: com sol intenso o dia todo, a planta dá flores e se desenvolve sem pressa, armazenando energia quando consegue para crescer robusta e com aquele tronco gordinho com jeito de baobá – aliás, a rosa-do-deserto também é chamada de falso-baobá ou mini-baobá, mas não tem nenhuma relação com essa árvore gigantesca.

O substrato e vaso ideal para a rosa-do-deserto


Sabendo a origem da planta, agora você consegue entender que não adianta entupir o substrato com adubo, regar muito ou então, mimá-la com cuidados e proteção. Rosa-do-deserto precisa de um substrato muito bem drenado, com escoamento garantido do excesso de água e sol na cuca por muito tempo. Uma boa composição para a planta leva metade de substrato pra mudas (Carol Costa usa substrato All Garden pra mudas) e outra metade de areia. Dá para cultivar em vasos, como o exemplo do vídeo, um vaso da linha Seixos da Vasart mas, garanta que tenha furos – faça mais de um. As regas em excesso são uma das principais causas de perdas de rosas-do-deserto, junto com adubação exagerada e falta de luz solar. Aliás, dá para ter uma planta bonita dentro de casa, desde que você escolha o lugar que recebe mais sol. Cole a planta na janela, nada de deixá-la do lado ou abaixo do vidro. Não é claridade, nem calor: a rosa-do-deserto precisa é de raios solares em seu corpitcho. Ela retribuirá com flores.

Como ter uma rosa-do-deserto cheia e florida


Uma das questões mais polêmicas, principalmente para quem dá os primeiros passos na jardinagem é sobre poda. Os produtores da Terra Viva mostraram como conseguem uma planta com jeito de mini-árvore e Carol conta qual é a dupla perfeita: paciência e poda.

Dica de poda pra ter uma rosa-do-deserto linda e bem cheia:
1 - Corte o caule central: assim que a planta alcança um tamanho entre 10 e 15 centímetros, suas folhas são podadas, restando praticamente um toquinho. Mas, tudo é feito com cuidado e do jeito certo.
2 - Cicatrize o corte: uma lâmina afiada, desinfetada e um corte limpo. Depois, é pingado própolis no corte, para evitar que fungos e bactérias penetrem pelo local. Canela em pó pode ser um substituto mas, tem a desvantagem de sair na primeira chuva ou rega. Lembre-se que o processo aqui é lento. E por falar nisso...
3 - Paciência: depois dessa poda, leva 4 semanas para aparecer as folhinhas. E, para florir, pelo menos, 6 meses em condições controladas de uma estufa profissional.

Problemas comuns no cultivo da rosa-do-deserto


Agora que você sabe de onde veio e como é todo o processo para uma rosa-do-deserto chegar até você, é bom conhecer quais os cuidados necessários para que a planta continue crescendo bonita e saudável. Então, aqui vai uma lista de problemas mais comuns que você deve evitar para cultivar sua Adenium:
1 - Excesso de água: é o problema mais comum e também o mais fácil de evitar. A técnica do dedômetro deve ser usada para garantir que o substrato só será regado quando bem seco. Toque a terra e, veja se seu dedo sai sujo. Sujou, não molhe. Pode esfregar a ponta do indicador, sem dó. Só regue a rosa-do-deserto se a ponta do seu dedo saiu completamente limpa, sem um grãozinho de areia. Com acúmulo de água, é certeza que a planta será atacada por bactérias e fungo. Se notou que o caule está mole e as folhas secas, observe a base e as raízes: se está escura, mole e fedida, aí, só descartando o vaso e a rosa-do-deserto, antes que contamine outras plantas da sua coleção.
2 - Cochonilha: evite que esses bichinhos chatos ataquem sua planta com uma prevenção bem vinda, caprichando na adubação com cálcio. O famoso NPK não é suficiente, prefira adubos mais completos que possuam em sua composição, além do nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), micronutrientes como enxofre, magnésio, molibdênio, zinco, ferro e... cálcio! Pode anotar na agenda essa receitinha: 1 vez ao mês, 1 colher de casca de ovo triturada sobre o substrato.
3 - Ácaro: esse serezinhos minúsculos, parente das aranhas, tecem um véu com uma teia muito fina. A solução será a mesma usada para combater o próximo problema, que é...
ossa jardineira Carol Costa - pode infestar a planta. Se encontrou 15, deu ruim. Você não controla. Isole a planta, lave muito bem seus equipamentos e torça para que não seja tarde demais para as outras plantas.
A forma de combater ácaros e moscas-brancas é um preparado que deve ser borrifado em toda a planta. A receita tá aqui, é só clicar.

A seiva tóxica da rosa-do-deserto


Uma curiosidade: a seiva da rosa-do-deserto é tóxica, tanto que no Saara, a é preparado uma mistura com as folhas da planta e com este líquido é feito um veneno para matar piolhos em camelos! Também dá para combater lesmas e caramujos do seu jardim, com essa fórmula: uma parte de folhas (saudáveis) de rosa-do-deserto e, 10 partes de água. Evite usar essa técnica se na sua casa tiver crianças pequenas ou animais de estimação. Aliás, se tem esses pequenos em casa, é uma boa ideia manter as plantas longe das mãozinhas que estão descobrindo o mundo ou dos pets que adoram cheirar (e comer) o que não deve.

Produtor:
Terra Viva

Agradecimentos:
Veiling Holambra
All Garden
Vasart

Materiais:
vaso linha Seixos (Vasart)
substrato para mudas (All Garden)
extrato de própolis

Figurino:
blusa Simultânea
lenço Jardim Botânico Plantarum
colar Studio Drê Magalhães
tênis Outer Shoes

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