© Cecília Santos/Cozinha da Ceci

Creme de tapioca

Cecília Santos,
do site Cozinha da Ceci

Outro dia li por aí que a mandioca é o mais brasileiro dos alimentos. A farinha de trigo entrou no Brasil com os portugueses e só passou a ser cultivada para valer na região Sul do país a partir do início do século XX. Por isso, a culinária das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sempre se baseou mesmo nos produtos da mandioca, como a farinha de mandioca e o polvilho.

Há sempre alguma confusão entre os diversos produtos da mandioca, até porque, sendo consumidos em tantas regiões, alguns nomes e usos variam. Vou tentar enumerar alguns (e se eu estiver errada, podem me corrigir);

A farinha de mandioca acompanha vários pratos salgados, especialmente a feijoada, e pode ser crua ou torrada, temperada ou não.

O polvilho é a fécula da mandioca. O polvilho doce, quando úmido, é chamado de goma e serve para fazer os disquinhos na frigideira, que são consumidos recheados ou só com manteiga. Hoje é bem fácil encontrar a goma pronta nos supermercados (na embalagem geralmente está escrito “tapioca”).

O polvilho azedo é o ingrediente principal do pão de queijo famoso em Minas e em Goiás.

A tapioca, farinha de tapioca ou tapioca granulada é obtida com a secagem da goma em forno. Dependendo do processamento, ela será mais ou menos granulada, e pode ser encontrada a granel em diferentes granulagens em casas que vendem produtos nordestinos. A Yoki tem a tapioca granulada em sua linha de produtos. É usada no preparo de bolos, pudins e doces.

Então, tapioca tanto pode ser a farinha de tapioca quanto o disquinho feito na frigideira a partir da goma da mandioca, tão tradicional em todo o Nordeste (em Olinda/PE as tapiocas são protegidas como Patrimônio Imaterial e Cultural da Cidade), que em algumas regiões também é chamada de beiju.

O sagu é parecido com a tapioca granulada, exceto que seu processamento é um pouco diferente, para dar a ele seu característico aspecto perolado. O sagu ao vinho é um doce tradicional português.

A puba é uma massa de mandioca fermentada que serve para fazer um bolo típico.

Eu comecei a tentar entender isso tudo quando voltei de viagem a Sergipe, estado natal do meu pai, ainda encantada com a culinária local. Tentei fazer um bolo de tapioca delicioso que comi na casa dos meus primos e comprei tapioca “granulada”, embora a receita pedisse tapioca “quebrada”, e eu achei que, uai, fosse tudo a mesma coisa. Que nada! A tapioca quebrada é o beiju preparado bem fininho, bem sequinho e quebrado depois de resfriado, e pode ser comprada assim pronta em mercados de Sergipe.

Mas se a minha receita não ficou bem como eu esperava, ela também não ficou ruim. Fui pesquisando aqui e ali, experimentei algumas vezes, e agora esse creme de tapioca é uma sobremesa constante aqui em casa, porque é bem gostosinho e fácil de fazer, e também porque eu tinha 1 kg de tapioca granulada para consumir, né?

Ingredientes

- 3/4 de xic. (chá) de tapioca granulada
- 1/2 de xic. (chá) de coco fresco ralado ou coco em flocos industrializado
- 3/4 de xic. (chá) de açúcar
- 1 e 1/2 xic. (chá) de leite
- 200 ml de leite de coco
- 1/2 casca de limão
- canela e cravo a gosto

Preparo:

10 minutos

Rendimento:

8 porções

Dificuldade:

fácil

Modo de Preparo

1. Misture em uma tigela a tapioca, o coco e o açúcar e reserve.
2. Leve a ferver o leite com o leite de coco e mais a canela, o cravo e a casca de limão. Quando ferver, retire do fogo, espere baixar e deixe ferver mais uma vez.
3. Despeje sobre a tapioca na tigela e misture bem. Misture mais umas 3 vezes a cada 10 minutos para desfazer os grumos. A tapioca vai amolecer e cozinhar no leite e ficará molinha.
4. Sirva frio.