Por que você deveria rezar para choverem sapos

© Juliana Valentini/De Verde Casa

Eu não desejo que nenhuma praga bíblica irrompa dos céus nem que comecem a chover gafanhotos, mas se aparecessem mais sapos nas nossas hortas a gente poderia aposentar os inseticidas. Os animais de respiração cutânea costumam ser bem sensíveis à poluição e aos agrotóxicos – você também seria se respirasse pela pele. E é justamente porque vivemos num mundo cada vez mais poluído e onde se consome agrotóxico que nem refrigerante que os sapos, coitados, vêm desaparecendo. Para nosso azar.

Isso me lembra umas férias em Pindamonhangaba (SP). O calor abrasador obrigada eu e um grupo de amigos a nos mantermos molhados – o sítio tinha um laguinho artificial muito do bem vindo. Não precisei nem de dois minutos dentro da água para sentir uma coceirinha nas pernas. Olhei para baixo e vi que milhares de minúsculos peixinhos pretos me mordiscavam. Deviam estar entediados. Ou achando que eu era algo como uma minhoca gigante. Voltei ao livro que tinha apoiado estrategicamente na borda do lago e os deixei em paz.

Meu sossego durou até que uma das companheiras de viagem desse um berro enquanto apontava para minhas pernas: “Girinos!”. Minha primeira reação foi pensar éca. Girinos viram sapos. Sapos são gosmentos. E comem moscas. Nem precisa ser craque em sofisma para ver aonde isso vai dar: girinos são nojentos. Asquerosos. Morféticos e piolhentos. Para dizer o mínimo. Éca.

Mas girinos são os peixinhos dos sapos, canta Arnaldo Antunes. São pequenos demais para dar medo, molhados demais para parecerem gosmentos e ainda não foram iniciados na estimulante dieta dos pais, de modo que não comem nada muito diferente do que qualquer peixinho. Voltei ao livro torcendo para a menina nos deixar em paz, a mim e aos girinos.

Isso foi há dez anos. Depois de nadar com girinos, nunca mais tive nojo de sapo. Rãs costumam ser mais carismáticas, é claro, mas os sapos também têm seu valor. Lembro da música do sapo que não lava o pé. Gosto quando a letra reforça que ele “não lava o pé porque não quer”. Esperto esse sapo. Decidido. Sabe o que quer e hoje, definitivamente, ele não vai lavar o pé. Não mesmo. Fim de conversa. Deixe o sapo em paz. Mas ele bem que podia vir aqui em casa comer umas lesmas, hein?

© Carol Costa/Minhas Plantas

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