Como escolher plantas para sua casa
Você virou adulto, saiu da casa dos pais e agora que é dono do próprio nariz acha que está pronto para ter um cachorro. A essa altura, já se considera capaz de dar conta dos gastos e da responsabilidade por outro ser vivo e está sondando o tamanho, o sexo, até o temperamento do animal que vai escolher.
Agora me diz por que cargas d’água as pessoas não escolhem plantas desse jeito? Por que saem de uma floricultura com um vaso de cacto se moram num apartamento com face sul, onde o sol mal-entrou-já-saiu – e ainda reclamam que a planta não dá flor? Ou levam para casa aquela orquídea rara e de cultivo difícil se mal têm tempo para dormir. Pior, ainda culpam a própria falta de dedo verde pelo fato de o jardim nunca ir pra frente.
Escolher uma planta para ter em casa exige critérios muito parecidos com os envolvidos em adotar um bicho de estimação. Além do tamanho do lar que você poderá lhe oferecer (canteiro? floreira? vasinho?), avalie quais as condições de luz e clima de sua casa e o que você dispõe de tempo e espaço para abrigar outro ser vivo.
Não pense que só quem tem quintal grande e ensolarado tem direito a um jardim. Duvida? Tem orquídea que precisa de 80% de sombreamento para ser feliz, porque seu habitat natural é fundo de floresta tropical, uma região úmida, abafada e escura (como a orquídea Cochleanthes amazonica na foto). Tem planta que cresce tanto que arrebenta calçada e outras que só ficam felizes se mantidas longe do vento, bem quietinhas dentro de casa.
Planejando bem você consegue até driblar alguns pré-requisitos e ter, sei lá, uma muda de mangueira num apartamento (pelo menos até ela virar adolescente e pedir casa própria). Por isso, quando tiver morrido um vasinho na sua casa, pense que existem 350 mil espécies de plantas no mundo – uma há de ser seu número.