Como acabar com lagarta nas plantas de forma natural

© Carol Costa/Minhas Plantas

1. Identifique a planta atacada procurando no chão por bolinhas pretas, os cocôzinhos da lagarta - se a planta estiver num vaso isso será mais fácil. Investigue as folhas bem de perto em busca de uma coisa verde que se mexe. Ponha luvas se a coisa for preta, vermelha ou peluda. (Se for peluda, marrom e imóvel, pare de tentar puxar o caule da samambaia). Segure a lagartinha delicadamente com os dedos em pinça e coloque-a em um potinho com tampa furada. Procure se lembrar que aquela coisa agitada e pegajosa logo se tornará uma borboleta, que polinizará suas flores e trará vida a seu jardim.

2. Pegue a coisinha verde e mole que parou de mastigar para não ser vista e, com jeitinho, ponha a pequena faminta junto com a amiguinha. Providencie uma folha de repolho para as duas prisoneiras. Limpe o cocô da vasilhinha e certifique-se de ter rosqueado bem a tampa. Mentalize que os dois insetinhos logo virarão casulos e pararão de comer e soltar excrementos.

3. Segure com firmeza a lagarta que começou a comer mais depressa para garantir a refeição, duas folhas acima. Pragueje baixinho enquanto tenta colocá-la no potinho ao mesmo tempo em que impede que as outras duas fujam. Limpe o cocô e acrescente duas folhas de repolho. Afaste da mente a imagem de saírem mariposas e não borboletas dos malditos casulos.

4. Vire a planta do avesso para encontrar três lagartas escondidas atrás dela. Sacuda a folha até que as fiadumaégua caiam numa bacia. Passe as lagartas anteriores para a bacia e lacre a tampa com cola quente, lembrando-se antes de jogar couve e um repolho inteiro para as pestes. Procure na internet alternativas para polinizar as plantas sem borboletas ou mariposas.

5. Descarte suas luvas cobertas de baba verde e coloque luvas novas. Anote num papel para comprar repolho e couve na feira. Limpe o cocô das pestes com uma pá enquanto abre espaço na bacia para arremessar o que sobrou de uma folha com uma gangue inteira de taturanas assassinas. Solte um palavrão. Peça ajuda a um amigo de sangue-frio e coração mole para retirar da parede as lagartas que fugiram enquanto você adicionava as mais recentes. Solte outro palavrão, mais comprido, enquanto tenta se recordar de como era seu jardim antes do ataque das pragas do Egito. Procure o telefone da Vigilância Sanitária e cheque no pet shop se há sapos à venda.

6. Coloque luvas novas enquanto vai até a casa do vizinho tirar das plantas dele as lagartas que fugiram pelo muro. Chame um serralheiro para soldar o contêiner de metal com as lagartas dentro, não sem antes atirar ali cinco repolhos, oito couves e dez maços de brócolis. Ignore as risadinhas delas. Ligue no Instituto de Biologia da Faculdade de Ciências Naturais mais próxima e pergunte quantas semanas levam para as lagartas do capeta encasularem. Experimente oferecer uma propina para eles levarem o conteiner pra faculdade. Em caso negativo, satisfaça-se com a ideia de que gafanhotos fariam um estrago ainda pior.

7. Assim que os casulos abrirem, pegue sua bicicleta e leve as abomináveis mariposas para um passeio a pelo menos 10 km da sua casa. Solte-as num local com muitos pássaros. E sapos. Volte com a alma leve por não ter poluído nem o ar nem a água com nenhum pesticida e por cultivar seu adorável jardim de forma sustentável. Solte um sonoro xingamento ao chegar em casa e encontrar uma lesma na sua begônia preferida.

Próximos textos:
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