Aos jardineiros de ontem, hoje, amanhã
Ter plantas por perto sempre foi algo tão familiar que só me dei conta da importância delas no meu bem-estar quando vim morar sozinha em São Paulo, longe do quintal de minha mãe. Posso não lembrar exatamente quando coloquei a mão na terra pela primeira vez, do debut de sentir uma minhoca se mexer entre meus dedos ou de quando transplantei meu primeiro vaso, mas recordo direitinho quando li sobre jardinagem pela primeira vez. Foi em O Menino do Dedo Verde, do escritor francês Maurice Druon, o criador de Tistu, o garotinho capaz de fazer uma floresta inteira brotar de suas mãos.
Assim como no livro, ainda existem Bigodes por aí: são homens e mulheres que se dedicam a cultivar plantas. Não falo só de jardineiros, não, que comemoram seu dia hoje. Me refiro àquela avó que gostava de ter à mão os ingredientes frescos que usava em suas receitas. Às mães que tinham nem que fosse um vasinho de violetas no parapeito da janela. Aos vizinhos que despertaram na gente a cobiça pelo jardim mais verde. A todas as pessoas que nos convidaram à contemplação – ou tem coisa mais relaxante que sentar-se num jardim bem cuidado e ficar ali simplesmente pensando pensamentos?
Agora, olha só como nesse mundinho tudo está interligado: é de uma tentativa de proteger o belo que nascem a ética e os bons valores. É por isso que digo: quando nossas crianças forem ensinadas a cuidar das plantas, os homens nunca mais destruirão florestas.
No Dia do Jardineiro, semeie essa ideia.