- Nome popular laranja
- Outros nomes laranjeira, laranja-lima, laranja-pera, laranja-bahia, laranja-baiana
- Categoria frutíferas
- Ordem Sapindales
- Família Rutaceae
- Subfamília Aurantioideae
- Tribo Citreae
- Subtribo Citrinae
- Gênero Citrus
- Espécie Citrus sinensis
- Origem China e Índia
- Tamanho até 8 m
- Propagação por divisão de touceira
- Iluminação meia sombrasol plenosombra
- Rega média água
- Plantio o ano todo
- Perfumada sim
- Floração sem
- Frutos comestíveis
Se houvesse uma lista de frutas imprescindíveis para a humanidade, as laranjas certamente estariam entre as cinco primeiro colocadas. E nem estamos falando do ponto de vista econômico — ainda que o Brasil seja o maior exportador de suco concentrado da fruta, mercado que US$ 1,5 bilhão por ano. Não fossem os frutos cítricos – aqui incluídos os limões –, nem mesmo as grandes navegações teriam sido possíveis. Até o século XVI, ninguém sabia o que causava o repentino amolecimento dos dentes seguido de manchas na pele, forte hemorragia e, em poucos dias, a morte. Ou melhor, havia muitos palpites, que iam da qualidade do ar ao método de limpeza das roupas de cama. Quando se tornaram populares as grandes expedições para desbravar terras longínquas, os navios se transformaram rapidamente em cenários de morte, com a doença matando até os mais bravos marinheiros, um a um. Somente em meados de 1700 os capitães passaram a obrigar a tripulação a chupar laranjas, um hábito que salvou milhares de vidas do escorbuto. A causa do mal? Deficiência severa de vitamina C no corpo por muito tempo, problema que destrói o colágeno responsável por manter as células do corpo unidas – órgãos e músculos do doente literalmente se desmancham, tornando a morte por escorbuto uma das mais dolorosas já vistas. Vem desse período a fama de rainhas da vitamina C que as laranjeiras passaram a gozar. Ainda que hoje se saiba que não são as frutas com maior concentração nesse nutriente – perdem para o camu-camu e a acerola —, as laranjas permanecem entre os três sabores mais amados pelos americanos, atrás apenas do chocolate e da baunilha. Originárias da Ásia, as primeiras mudas de laranjeira foram trazidas para o Brasil pelos portugueses e se adaptaram muito bem ao nosso clima, especialmente no estado de São Paulo, responsável por 80% da produção nacional, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
A importância do clima para a laranjeira e o sabor da laranja
Rústica e de fácil adaptação, essa espécie frutifica no máximo após o segundo ano de plantio e pode dar até 2 mil laranjas por árvore. A produção é muito afetada pela falta de água: longos períodos de estiagem geram frutas secas, pequenas ou que caem prematuramente. A laranjeira atinge seu auge em climas entre 20ºC e 30ºC, não caindo para menos de 10ºC nem excedendo os 35ºC. A temperatura exerge um papel tão importante na qualidade da fruta que pode ser notada até por leigos: em cidades de clima frio, as laranjas têm a cor da casca e da polpa mais vibrante e acidez pronunciada, já nas regiões quentes, os frutos saem com a casca clara, porém com suco mais doce. Há opções para climas quentes e frios (sem geadas fortes), e para os mais variados tipos de solo ― dos argilosos aos arenosos. De maneira geral, aplica-se calcário e superfostato já na cova em que a muda será plantada, de preferência algumas semanas antes do plantio. Considerados microelementos fundamentais para as frutíferas, boro, zinco e manganês também podem ser aplicados se houver deficiência desses minerais no solo (consulte um engenheiro agrônomo quanto à necessidade e às quantidades recomendadas). Existem cerca de cem variedades de laranja no mercado. Entre as mais conhecidas estão a lima, menor e mais clara, com casca rugosa e suco doce; a pera, de tamanho médio, casca lisa e polpa ligeiramente ácida; e a bahia, grande, sem sementes, de cor forte, casca rugosa e suco doce. Há ainda outras espécies menos reconhecidas dos consumidores, mas igualmente populares entre produtores, caso das variedades jaffa, tuxpan, salustiana e valência montemorelos. Brancas e delicadas, as flores da laranjeira fazem parte da tradição de casamento em vários países, enfeitando o cabelo das noivas ou servindo de base para óleos afrodisíacos na noite de núpcias. Visitado por abelhas, o néctar do laranjal também se transforma num agradável doce, o mel de flor de laranjeira.
As doenças e pragas que podem atacar a laranjeira e as laranjas
Como acontece com outras espécies de citros, a laranjeira pode sofrer doenças causadas por fungos e bactérias, como a gomose (produção de uma meleca escura no tronco e folhas amareladas), verrugose (manchas aquosas nas folhas e nos brotos), pinta preta (frutos sardentos de preto ou marrom) ou cancro cítrico (manchas e crostas amarelas em folhas, frutos e brotos). De todas, o amarelinho (ou CVC) é a doença mais temida, causando prejuízos de US$ 100 milhões por ano na citricultura brasileira. A copa da laranjeira afetada fica primeiro amarelada, depois com pontos marrons na face inferior das folhas, correspondendo exatamente ao amarelo da face superior. As laranjas não crescem direito, tornando-se duras, ácidas, sem suco e com a casca rachada. Para tratar essas e outras moléstias que podem destruir um laranjal inteiro, consulte um biólogo ou engenheiro agrônomo – as receitas caseiras não surtem efeito quando as doenças já infestaram seriamente a laranjeira.