O maior paisagista brasileiro era dado a extravagâncias, mas nenhuma delas envolvia exigir "20 toalhas brancas no camarim", muito menos alguma comida exótica. Nada disso. Quando Roberto Burle Marx trabalhava num projeto de jardim, sua excentricidade era escolher como estrelas da paisagem justamente as plantas mais "banais", aquelas espécies tropicais que "nasciam como mato" por tudo que é canto. Foi assim com a nossa brasileira calatéia "Triostar" — e, tijuro, é mais fácil entender como essa folhagem tropical virou a queridinha do paisagismo do que compreender os preconceitos que a levaram a ser ignorada por décadas.

As cores da calatéia Triostar

Uma das mais ilustres espécies da grande família das marantáceas, ela tem as folhas numa explosão de cores, do branco encardido ao roxo, passando por muitos tons de verde, rosa e creme. Sua densa folhagem pode chegar a 1,5 metros de altura e cobrir rapidamente canteiros e vasos à meia sombra, protegidos de vento e secura. Sua versão miniatura faz bonito dentro dos terrários, desde que o vidro seja grande e permita à calatéia "Triostar" abrir suas folhas como um rabo de pavão.

Como deve ser o solo e o melhor local para calatéias

Apesar de ser sensível a geadas, essa espécie gosta muito de calor e vai bem mesmo no litoral, desde que tenha o solo fértil e coberto por palhinhas protetoras. Fazer mudas dela é fácil, já que a moça produz um montão de brotos na base: retire-os com raízes para criar novas touceiras. Como acontece com todas as marantáceas, esta também deve ser mantida fora do alcance de crianças e bichos de estimação.