Aniversário do nascimento de Luiz Vicente de Souza Queiroz

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A menos que você seja agrônomo, tenha nascido ou estudado em Piracicaba (SP), dificilmente sabe o que significa Esalq – e, menos ainda, que as duas últimas letras remetem a um dos mais importantes engenheiros agrônomos do país, Luiz de Queiroz. Está na hora de reparar isso, afinal, muito do que sabemos hoje sobre manejo de solo e adubação mineral vem das inovações que esse homem trouxe da França e da Suíça, onde estudou ciências agrícolas.

Nascido em uma nobre família de São Paulo, Luiz Vicente de Souza Queiroz (1849-1898) é neto do Brigadeiro Faria Lima e filho dos Barões de Limeira. Junto com um irmão mais velho, foi estudar na Europa quando ainda tinha 8 anos – e só voltou na ocasião da morte de seu pai. Aos 24 anos, recebeu de herança uma fazenda em Piracicaba, já à época uma das maiores regiões produtoras do país, onde se cultivava milho, café, algodão e outras monoculturas.

Em 1889, arrematou os 319 hectares da Fazenda São João da Montanha que, somados ao terreno que já possuía, possibilitaram a Luiz de Queiroz colocar em prática um grande sonho: criar uma escola técnica de agricultura na cidade. Sua ideia era formar os ex-escravos e outros trabalhadores da terra, oferecendo-lhes o que havia de mais moderno em ideias, práticas e equipamentos.

Apesar de ter se envolvido diretamente na construção da escola – chegou a se mudar com a mulher da mansão na cidade para uma casa de fazenda próxima ao canteiro de obras –, Luiz de Queiroz não viveu para ver seu sonho realizado. Pediu empréstimos que foram sucessivamente negados e não teve outra saída senão, em 1892, doar a área para o governo com a condição de que a instituição fosse inaugurada em dez anos.

Muitas mudanças de gestão marcaram a última década do século XIX no Brasil, todas interferindo diretamente na construção da hoje conhecida Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a famosa Esalq, braço da USP em Piracicaba. Mesmo com tantos percalços, a instituição iniciou as atividades em 1901 e, de lá para cá, vem formando alguns dos maiores engenheiros agrônomos e florestais do país, além de gestores ambientais e especialistas em ciências biológicas.